Já viajei bastante, é verdade: na minha última contagem, tinham sido 20 países, em quase todos os continentes! Mesmo assim, e mesmo tendo morado durante sete ano no Oriente Médio, eu viajei bem menos do que gostaria! Ainda não conheci boa parte do mundo! A minha lista de países para visitar, para conhecer, para explorar é imensa… Mas antes de falar dos lugares onde eu já estive, quero falar sobre a importância das viagens – porque eu não viajo para marcar pontos em um mapa, e sim para aprender!
Viagens não são apenas sinônimo de férias e diversão – são a única forma de conhecer profundamente idiomas, culturas, sociedades, pessoas. Nenhuma experiência fora (do seu país, da sua cidade) pode ser ruim. Elas permitem um autoconhecimento gigantesco. Quando saímos do nosso mundo, da nossa maluca rotina, quando passamos a ser só nós, longe de toda referência que conhecemos, do som do nosso idioma, do conforto da nossa cultura, das orientações geográficas, dos nomes de ruas e de lugares, passamos a enxergar as coisas e a nós mesmos de forma diferente. Passamos a nos permitir uma autoanálise, até a pensar nosso papel no mundo. Viagens dão mais tempo para refletir, algo impossível na loucura do cotidiano. Viajar é sexy!
Eu acredito que a felicidade não é algo perene, contínuo, muito menos eterno. Felicidade é algo que sentimos em um determinado momento, como quando conhecemos uma pessoa bacana, os olhares se cruzam e as borboletas dançam no estômago. A felicidade é uma faísca. Experiências fora são repletas de momentos assim. Quando estamos longe de olhares conhecidos e críticos, nos permitimos viver de forma mais intensa, a nos “jogar”, a sermos mais autênticos. Por isso, amadurecemos quando viajamos. Por isso “crescemos” a ponto de estranhar verdadeiramente o mundo que deixamos antes. Por tudo isso, faça a sua mochila!
Nas minhas rondas, troquei experiências, ampliei meus horizontes, aprendi um montão, enfim. Mesmo antes dos 25, quando encaixotei meus livros, fechei um apartamento, fiz duas malas e me mudei para o Oriente Médio, eu já tinha botado o pé na rua e subido em algum avião (quando ainda era permitido fumar a bordo, veja só!) e experimentado um pouco do mundo – fosse a trabalho, fosse a estudo, fosse em alguma atividade voluntária, fosse passeando, mesmo – fosse sozinho, fosse acompanhado. Estive quando pequeno em boa parte do Brasil, nos EUA, no Canadá.
Aos 19 anos, coloquei uma mochila nas costas e fui, com um primo que tinha morado no Canadá, conhecer o Velho Continente. Foram mais cidades que dias de viagem, é verdade, mas me apaixonei especialmente pela Espanha, para onde voltei diversas vezes depois (e eu de longe prefiro Madri a Barcelona, assim como sou muito mais Jerusalém que Tel Aviv!) O espanhol, aliás, é meu “segundo idioma materno”, como eu costumo brincar. Aprendi a língua de Cervantes no colégio paulista que leva o nome do escritor. Das cidades europeias, carinho especial por Frankfurt, que visitei de novo em conexões.
Estive também na Polônia, em uma viagem que recomendo sempre, embora seja muito dura: visitei os campos nazistas de concentração e extermínio Auschwitz e Birkenau. Vi o horror daqueles lugares. E me deslumbrei na capital, Varsóvia, em Lodz e na Cracóvia, cidades das quais conheci bem menos do que gostaria. Não estive em Treblinka, por exemplo, por falta de tempo: precisei voltar para casa e para o trabalho correndo.
Também pisei em terras latino-americanas: Antigua e a capital, na tranquila Guatemala, Buenos Aires, na “europeia” Argentina, Ciudad del Este, em um Paraguai bem mais pobre que o de hoje. Isso é bem menos do que eu gostaria de ter conhecido do meu próprio continente. Os planos de passear pela região, entretanto, continuam na lista. Ainda das Américas, conheci o norte – visitei algumas vezes a família e fui outras a trabalho para os Estados Unidos. Passei frio no Canadá.
No Oriente Médio, além de Israel, onde vivi entre 2004 e 2011, circulei pelas duas Palestinas – que serão duas até que um Estado seja criado. Visitei a Faixa de Gaza antes de 2006, antes do Hamas. Estive diversas vezes em cidades palestinas na Cisjordânia (Hebron, Belém, Ramallah, Jenin). De Israel, um sentimento especial pelo deserto do Negev – onde pode-se andar de camelo, como um bom turista, ou simplesmente contemplar o silêncio e o breu absolutos.
Também visitei o Egito – terra da minha família. Conheci bem o Cairo, onde meu pai, minha tia e meus avós viveram até 1956, Gize (onde a esfinge passa os dias contemplando as pirâmides) e Luxor, ao sul, onde fica o templo dos reis e das rainhas… Na Jordânia, Amã, durante a visita do ex-presidente Lula, e Petra, que você conhece do último filme do Indiana Jones. Pensei em ir ao Irã. Mudei de ideia. Ainda quero visitar Líbano e Síria, e isso certamente fica para a próxima.
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