Como conversar com meninas – Gabriel Toueg

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Como conversar com meninas

29/05/2013 — 0 Comments

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Reflexões desquadradas

Na @veja_saude: o que a ciência já sabe a essa altura sobre reinfecções pelo novo coronavírus. Matéria minha publicada hoje. O link está no portfólio (link na bio).

Minha cãopanheira #LaicaT.

Hoje foi dia do jornalista. Eu pensei o dia todo no que escrever e me passou pela cabeça dizer que não há muitos motivos para comemorar a data num ano em que não temos mesmo muito para comemorar como brasileiros —e menos depois de saber que o Brasil é o país em que mais jornalistas morreram por decorrência da COVID-19. Estamos diariamente expostos a contrair o maldito vírus porque estamos na linha de frente contando as histórias dos que se foram, já mais de 340 mil pessoas. Entramos em UTIs COVID-19, vamos a cemitérios, plantamos em frente a hospitais, conversamos com as pessoas.

Onde está Wally?

Nunca é demais lembrar. Boa Páscoa. Na @folhadespaulo de hoje, charge de Jean Galvão (@siamofamiglia)

#TBT de uma época em que fui muito feliz, da primeiríssima vez a que fui a Israel 🇮🇱. Morei seis meses num kibutz 🌳, trabalhei nos jardins plantando e arrumando sistemas de irrigação, aprendi hebraico, abri meus horizontes e ganhei a minha paixão por viajar ✈️ e por conhecer gente e lugares novos, falar idiomas, carimbar o passaporte, explorar o desconhecido, me perder pra me achar. Era 2002, eu tinha 23 anos nessa foto. Parece que faz uma eternidade, e de certa forma faz mesmo. Depois desses 6 meses, eu iria a Israel outras duas vezes mais, a trabalho, até me mudar para lá em 2004. Vivi em Jerusalém e em Tel Aviv, entre o sagrado e o profano, por 7 anos. Semana que vem já serão 10 anos desde que eu voltei, num abril de 2011 em que o mundo já era diferente mas estava em convulsão, principalmente aquele pedaço do mundo que eu conheci de perto em coberturas, acompanhando o papa, presidentes, primeiros-ministros, entrevistando intelectuais, artistas, políticos, gente que só queria, como toda gente quer, viver em paz em um lugar em que a paz parece tão utópica. Nunca vou tirar o Oriente Médio de dentro de mim —e na verdade ele já esteve dentro de mim muito antes de eu ir pra lá! Saudade imensa dos meus 23 anos, daqueles seis meses com cara de férias, daquele período em que mais cresci pessoal e profissionalmente. Vieram outros, claro. E virão muitos mais.

Vivemos sob o governo de uma criança mimada chamada @jairmessiasbolsonaro. Não comanda nem os filhos, como é que vai querer ser chamado de comandante-em-chefe?!

Lá se vai mais um domingo... que venha a semana e, com ela, só boas notícias.

Chag Pessach sameach a quem é de Pessach. Todo ano perguntamos no jantar de Pessach “o que é diferente nessa noite em relação a todas as outras?” Parece que essa pergunta ganha contornos estranhos depois de um ano de clausura. Nessa data, os judeus celebramos a liberdade depois de termos sido escravos no Egito (a matzá, “pão ázimo”, esse bolachão da foto, relembra a saída às pressas, não dando tempo ao pão de fermentar). Fazemos pequenos sacrifícios hoje, embora nos pareçam grandes, ficando em casa, para que possamos, logo ali adiante, celebrar a liberdade com saúde e com a vida —a nossa e a de todos os que nos rodeiam, parentes, amigos, colegas, conhecidos, desconhecidos... O #fiqueemcasa de hoje é a vida de amanhã. Celebrar a liberdade ao longo desta semana, numa história que meu pai, meus avós, os avós deles e os deles, vêm contando há milhares de gerações, que remontam ao Egito como o conhecemos hoje e ao Egito do tempo do faraó, em que judeus eram escravos, é também lembrar, em meio a uma pandemia, que não há sentido na liberdade se não houver vida e saúde. Vamos nos cuidar, uns dos outros, para que possamos voltar a perguntar “o que é diferente nesta noite em relação a todas as outras” com o mesmo significado milenar. Feliz Pessach. Viva a liberdade, com vida e com saúde. ✡️

Mais uma (triste) história que eu ajudei a contar com a equipe do @uolnoticias. Chegamos a trezentas mil mortes apenas 75 dias depois de batermos duzentas mil. Não são só números amontoados em gráficos: são histórias interrompidas desnecessariamente. Não fosse o negacionismo, combinado ao populismo barato e à inação do governo federal, talvez estivéssemos contando outra história. A conta chega. Chega para cada despedida não concluída, para cada luto não processado, para cada família que perdeu o arrimo, para cada filho que ficou órfão ou pai que enterrou um filho. A pergunta que não cala é: quando é que a conta vai chegar ao Planalto, ao Congresso, às lideranças desse país abandonado à própria sorte para morrer sem ar? Quando é que Bolsonaros e Pachecos e Liras vão ser devidamente responsabilizados? Quando matarem outros 300.000 mais ou agora, quando essa loucura pode ser freada, ainda que já tarde?

Segue o fio no Twitter: @gtoueg.

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