Este post é descaradamente inspirado (ahan, inspirado, ele diz) em um post da minha querida amiga e musa das letras Sabrina Abreu. Ela é crente. Eu, judeu. Por ser crente – acreditem – ela ouve barbaridades. Eu, por ser judeu, não menos. Então, vamos às coisas que eu ouço quando faço ao mundo a revelação das tábuas da lei:
— Eu sou judeu.
— Mas você não é brasileiro?
— Eu sou judeu.
— Me leva um dia na sua sinagoga? (Levo, mas eu não frequento nenhuma sinagoga atualmente)
— Eu sou judeu.
— Ah, você nasceu em Israel? (Não, nasci no Brasil, mesmo. Como você)
— Meu pai nasceu no Egito.
— Mas você não disse que é judeu?
— Eu sou judeu árabe.
— Cumequié? É, pois é.
— Eu sou judeu.
— Mas você parece normal. Nem tem aquelas trancinhas! (É, não tenho. São “peyot”, e só os ortodoxos têm. Eu pareço ortodoxo?!)
— Eu quero pizza com presunto e bacon.
— Mas você não é judeu? (Sou. Eu gosto de confundir as pessoas, mesmo)
— Minha mãe não é judia.
— Ah, então você não é judeu! (Se você está dizendo, quem sou eu pra questionar?!)
Eu sou ateu (mas não daqueles chatos, que vivem perguntando “Onde está seu Deus agora?”). Também ouço algumas pérolas, como:
• “Mas você não acredita em nada, mesmo?”
• “Então como você explica que [insira suposto milagre qualquer]?”
• “Ah, então você não come carne de porco?” (É sério! Já ouvi isso!)
• E por aí vai…
Pois é .. as vezes me sinto anormal num mundo de gente “normal”, só porque sou evangelica.
Sou árabe e perguntam se “terei as 72 virgens”, “por que você não é islâmico?”, “terrorista” e etc
Eu queria ser árabe. Abraços.